Na quinta-feira, 21 de março de 2024, logo após a derrota da RPDC em Tóquio pelo placar mínimo no confronto com o Japão, começaram a se espalhar na mídia japonesa os rumores sobre o pedido por parte da Confederação de Futebol da República Popular Democrática da Coreia pelo adiamento ou realização em outro local da partida entre as duas seleções programada para ser realizada em 26 de março em Pyongyang.
Na sexta-feira, 22 de março, a Confederação Asiática de Futebol confirmou que recebeu uma carta da Confederação de Futebol da RPDC, porém não aceitou o adiamento da partida ou realização em outro local por falta de calendário disponível ou tempo hábil para resolver as questões burocráticas relacionadas ao estádio onde se poderia jogar. E encaminhou o caso ao Conselho Disciplinar da FIFA, que possivelmente determinará a derrota da RPDC por 3-0 (W.O; desistência).
Existe também a possibilidade de que a Confederação de Futebol da RPDC seja multada pelo caso, que a RPDC perca de vez o mando de campo e até mesmo seja desclassificada das eliminatórias.
O comunicado da Confederação Asiática de Futebol não transmite de forma clara a justificativa utilizada pela parte norte-coreana para a não realização da partida em Pyongyang, falando apenas de "circunstâncias imprevistas e inevitáveis".
Segundo a imprensa japonesa, o motivo poderia ser uma preocupação do governo norte-coreano em relação ao crescente número de casos de infecção estreptocócica hemolítica fulminante no Japão, que poderia se infiltrar no país com a entrada de jogadores, comissão técnica e equipe de imprensa japoneses.
O que torna isso questionável é o fato de que a seleção norte-coreana masculina fez sua partida em Tóquio, assim como a fez a seleção feminina no final de fevereiro, e, sendo esse o caso, não seria possível a contaminação dos atletas norte-coreanos e, por meio destes, uma transmissão dentro do território da RPDC? Talvez a única justificativa para isso seria um exame detalhado e até mesmo quarentena no regresso, coisa que talvez não fosse possível impor à delegação japonesa.
Outra hipótese levantada foi a possibilidade da realização de testes de míssil ou bomba nuclear ou de hidrogênio por parte da RPDC. Algo assim poderia causar uma tensão geopolítica e até mesmo esportiva. Nesse interim, o Primeiro-Ministro japonês fazia declarações sobre a intenção de realizar uma cúpula com o líder norte-coreano e até recebeu uma resposta inicial positiva sobre sua intenção, embora posteriormente a ideia tenha sido rechaçada pela parte norte-coreana.
Mesmo com todo esse cenário, passou a terça-feira (26) e nada aconteceu, nem dentro, nem fora de campo. Então é possível deduzir que a primeira hipótese tem mais chance de ser verdadeira.
Isso porque a Confederação de Futebol da RPDC já havia permitido a entrada de funcionários da Confederação Asiática de Futebol no Estádio Kim Il Sung para avaliar suas condições e posteriormente recebido autorização para a partida. Não haveria razão para permitir essa inspeção se não tivesse a intenção inicial de realizar a partida em Pyongyang.
Agora é aguardar a decisão final do Comitê Disciplinar da FIFA.