sábado, 5 de julho de 2025

RPDC 🇰🇵 6-0 🇲🇾 Malásia

Pela 3ª rodada das Eliminatórias para a Copa da Ásia de Futebol Feminino de 2026, a RPDC venceu com autoridade a Malásia e confirmou sua vaga na competição continental, encerrando um jejum de 16 anos de ausência.

Depois de aplicar duas goleadas por 10 a 0, sobre Tadjiquistão e Palestina nas rodadas anteriores, a seleção norte-coreana, desta vez em um ritmo menos intenso, encontrou um pouco mais de resistência por parte da equipe malaia que, embora não tenha levado perigo algum à meta norte-coreana, contou com uma goleira inspirada e defensoras dedicadas ao trabalho de marcação.

Mesmo em ritmo reduzido em relação às partidas anteriores e sob um calor insuportável em Dushanbe, a seleção Chollima criou diversas oportunidades de gol, com finalizações perigosas de Kim Kyong Yong (17), Han Jin Hong (11), Chae Un Yong (20) e Hong Song Ok (12), até finalmente abrir o placar aos 39 minutos. Kim Hye Yong (22), que havia acabado de entrar, cabeceou com precisão após cruzamento de Hong Song Ok (12).

Logo, a equipe norte-coreana percebeu que o caminho era explorar as bolas aéreas e, já nos acréscimos do primeiro tempo, Myong Yu Jong (7) ampliou de cabeça após cruzamento da zagueira Ri Hye Gyong (23).

Mesmo com a classificação praticamente assegurada — já que a Malásia precisaria virar o jogo para tomar a primeira colocação — a equipe do Leste Asiático imprimiu um ritmo mais intenso no início do segundo tempo para liquidar a partida o quanto antes. Assim, chegou ao terceiro e ao quarto gols com Kim Kyong Yong (17): o primeiro aos 7 minutos, com assistência de Ri Myong Gum (2), e o segundo, três minutos depois, após cobrança de escanteio de Kim Song Gyong (9).

A artilheira coreana ainda marcou novamente aos 33 minutos, após nova assistência de Kim Song Gyong (9), enquanto a zagueira Ri Hye Gyong (23) deu números finais à partida ao marcar o sexto gol após cobrança de falta de Jon Ryong Jong (13), já nos acréscimos.

Com o resultado, a RPDC termina na primeira colocação do grupo H com 9 pontos, 26 gols marcados e nenhum sofrido em 3 jogos, classificada para a Copa da Ásia de 2026 que será disputada na Austrália em março. Essa competição classificará seis equipes para a Copa do Mundo de 2027.

No outro jogo do grupo, a Palestina venceu o Tadjiquistão por 3 a 0.

Jogaram: 18-Yu Son Gum, 2-Ri Myong Gum, 5-An Kuk Hyang (C), 23-Ri Hye Gyong, 14-Hwang Yu Yong (16-Song Chun Sim 45"), 7-Myong Yu Jong, 10-Ri Hak (9-Kim Song Gyong 34"), 20-Chae Un Yong (22-Kim Hye Yong 34"), 11-Han Jin Hong, 12-Hong Song Ok (13-Jon Ryong Jong 70") e 17-Kim Kyong Yong (6-An Pok Yong 90")

quarta-feira, 2 de julho de 2025

RPDC 🇰🇵 10-0 🇵🇸 Palestina

Depois de golear o Tadjiquistão por 10 a 0 no último domingo (29), a RPDC voltou a aplicar o mesmo placar imponente diante da Palestina, nesta quarta-feira (2), pela 2ª rodada das Eliminatórias para a Copa da Ásia de Futebol Feminino de 2026.

O técnico Ri Song Ho mandou a campo praticamente a mesma equipe que enfrentou a seleção tadjique, com apenas uma alteração: a entrada da goleira Pak Ju Mi (1) no lugar de Yu Son Gum (18). A equipe manteve a formação extremamente ofensiva e a postura sedenta por gols, determinada a liquidar a partida o quanto antes.

Depois de dez minutos de um ritmo mais lento, somado à forte marcação da seleção palestina, que buscava diminuir os espaços, a RPDC abriu o placar aos 13 minutos com Kim Kyong Yong (17), aproveitando o rebote da goleira após finalização de Chae Un Yong (20).

A partir do primeiro gol, o domínio norte-coreano ficou cada vez mais evidente. Apesar dos esforços, a seleção palestina não conseguiu acompanhar o ritmo da equipe Chollima.

Com isso, a RPDC chegou ao segundo gol aos 27 minutos, com Ri Hak (10), em bela cobrança de falta. Dois minutos depois, veio o terceiro, com Chae Un Yong (20) finalizando após assistência de cabeça de Kim Kyong Yong (17). Aos 31 minutos, foi a vez de Myong Yu Jong (7) ampliar o placar, completando para o gol após assistência de Hong Song Ok (12).

E ainda houve tempo, nos acréscimos da primeira etapa, para mais dois gols: Kyong Yong (17) marcou de cabeça aos 47 minutos, após assistência de Un Yong (20), e Yu Jong (7) fez seu segundo gol na partida, aos 48 minutos, aproveitando cruzamento de Ri Myong Gum (2).

Com ampla vantagem no marcador, a seleção norte-coreana voltou do intervalo com a mesma formação inicial, sem realizar substituições. No entanto, a equipe diminuiu bastante o ritmo, embora tenha mantido uma considerável produção ofensiva e não tenha corrido riscos defensivos em momento algum.

Pouco depois das primeiras alterações promovidas por Ri Song Ho, a RPDC chegou ao sétimo gol, com uma jogadora da defesa palestina marcando contra, aos 12 minutos do segundo tempo. Cinco minutos mais tarde, Myong Yu Jong (7) anotou seu terceiro gol na partida, desta vez após assistência de Kim Hye Yong (22).

Se o ritmo já não era o mesmo, após o oitavo gol a equipe passou a cadenciar ainda mais o jogo, e as substituições restantes foram feitas com o objetivo de poupar as atletas. Mesmo assim, a RPDC ainda balançaria as redes mais duas vezes: aos 42 minutos, com a volante artilheira Yu Jong (7) convertendo cobrança de pênalti, e já no último minuto dos acréscimos, com Kim Song Gyong (9), que entrou no segundo tempo, deixando sua marca em uma bela cobrança de falta.

Com o resultado, a RPDC segue isolada na liderança do grupo H, com 2 vitórias em dois jogos, 20 gols marcados e nenhum sofrido.

No outro jogo do grupo, a Malásia venceu o Tadjiquistão pelo placar mínimo.

O próximo compromisso será contra a Malásia, no sábado (5), pela 3ª rodada das eliminatórias para a Copa da Ásia de futebol feminino de 2026.

Jogaram: 1-Pak Ju Mi, 2-Ri Myong Gum (15-Ji Pom Mi 88"), 5-An Kuk Hyang (C) (3-Jo Kuk Hwa 77"), 23-Ri Hye Gyong, 14-Hwang Yu Yong, 7-Myong Yu Jong, 10-Ri Hak (9-Kim Song Gyong 54"), 20-Chae Un Yong (8-Pak Song Gyong 77"), 11-Han Jin Hong, 12-Hong Song Ok, 17-Kim Kyong Yong (22-Kim Hye Yong 54")

domingo, 29 de junho de 2025

RPDC 🇰🇵 10-0 🇹🇯 Tadjiquistão

Na estreia de Ri Song Ho no comando da seleção principal, a RPDC foi avassaladora, goleando a seleção anfitriã do Grupo H, o Tadjiquistão, por 10 a 0 e assumindo, com ampla vantagem, a liderança já na primeira rodada das Eliminatórias para a Copa da Ásia de 2026.

Jogando em um 4-3-3 super ofensivo, com a linha defensiva bastante avançada, a seleção norte-coreana demorou alguns minutos para impor seu ritmo, mas, após abrir o placar aos 8 minutos, com Kim Kyong Yong (17) de cabeça após cruzamento de Hong Song Ok (12) pela direita, o caminho para uma vitória tranquila — garantida ainda na primeira etapa — ficou escancarado.

Depois de desperdiçar uma boa oportunidade aos 19 minutos, Myong Yu Jong (7), única meio-campista defensiva no onze inicial, marcou aos 22 minutos, aparecendo na área como uma atacante para finalizar após cruzamento de Chae Un Yong (20) pela direita e ampliar o placar.

O terceiro gol saiu aos 26 minutos, com Hong Song Ok (12) fazendo uma bela jogada individual e finalizando com precisão de perna esquerda. Já o quarto veio apenas um minuto depois, com Ri Hak (10) acertando uma linda finalização de fora da área após receber passe de Chae Un Yong (20)

Ri Hak (10) voltaria a marcar aos 36 minutos, finalizando com força de dentro da área após passe de Song Ok (12). Na sequência, Kim Kyong Yong (17) ampliou sua contagem pessoal com mais três gols: aos 39 minutos, após assistência de Jin Hong (11); aos 41, aproveitando cruzamento de Ri Hak (10); e, já nos acréscimos da primeira etapa, convertendo uma cobrança de pênalti.

Com a ampla vantagem, o treinador norte-coreano promoveu as entradas de Kim Song Gyong (9) e Kim Hye Yong (22), substituindo Myong Yu Jong (7) e Chae Un Yong (20) aos 44 minutos.

Na segunda etapa, a seleção Chollima diminuiu visivelmente o ritmo, mas mesmo assim marcou o nono gol aos 54 minutos, com Han Jin Hong (11), após tabela com Kim Kyong Yong (17). E, os 60 minutos, Kim Song Gyong (9) fechou a conta ao converter a penalidade sofrida por Kim Hye Yong (22).

Pouco antes do décimo gol, o técnico Ri Song Ho já havia substituído Han Jin Hong (11), que havia recebido cartão amarelo, por Jon Ryong Jong (13) — que mais tarde sofreu o pênalti. Ainda aos 71 minutos, foram feitas mais duas substituições: Hwang Yu Yong (14) e Ri Hak (10) deram lugar a Song Chun Sim (16) e An Pok Song (6).

Mesmo com muito tempo de jogo, a seleção norte-coreana diminuiu consideravelmente o ritmo e se poupou para as próximas partidas, mantendo mais a posse de bola e chegando com menos intensidade ao campo ofensivo, o que resultou na manutenção da goleada por 10 a 0. Por outro lado, a meta norte-coreana não sofreu, em momento algum, qualquer perigo durante os 90 minutos.

Com o resultado, a RPDC assume a liderança do Grupo H com 3 pontos e um importante saldo de gols de +10, à frente da Malásia, que venceu a Palestina por 1 a 0 na partida realizada mais cedo.

O próximo compromisso, válido pela 2ª rodada das eliminatórias, será contra a Palestina, na quarta-feira (2), às 11h (horário de Brasília).

18-Yu Son Gum, 2-Ri Myong Gum, 5-An Kuk Hyang (C), 23-Ri Hye Gyong, 14-Hwang Yu Yong (16-Song Chun Sim 71"), 7-Myong Yu Jong (22-Kim Hye Yong 44"), 10-Ri Hak (6-An Pok Song 71"), 20-Chae Un Yong (9-Kim Song Gyong 44"),11-Han Jin Hong (13-Jon Ryong Jong 57"), 12-Hong Song Ok e 17-Kim Kyong Yong

terça-feira, 10 de junho de 2025

Irã 🇮🇷 3-0 🇰🇵 RPDC

Pela 10ª rodada da terceira fase das eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo de 2026, a RPDC encerrou sua pífia participação com uma derrota fora de casa para o Irã, em Teerã.

Entrando em campo apenas para cumprir tabela e defender a honra, a seleção norte-coreana — já condenada à última colocação do grupo A — enfrentou a forte seleção iraniana, já classificada para a Copa do Mundo, com o objetivo de evitar uma derrota humilhante. E, no fim das contas, conseguiu cumprir esse objetivo.

Sin Yong Nam, talvez em sua última partida como treinador da seleção norte-coreana, escalou praticamente a mesma equipe que havia enfrentado o Quirguistão na quinta-feira passada, com a única mudança sendo a entrada de Kye Tam (6) no lugar do lesionado Kang Kuk Chol (17).

Sem grandes pretensões, a seleção mandante não exerceu uma pressão forte no início da partida, permitindo que a marcação norte-coreana, de modo geral, funcionasse bem. Quando necessário, o goleiro Ju Hyok (1) mostrou segurança nas intervenções. Por outro lado, a seleção visitante jogava, de fato, por uma bola, com Jo Guk (9) isolado no ataque.

No entanto, sempre presente no campo ofensivo e apoiada por sua torcida, a seleção iraniana foi aumentando gradualmente o ritmo da partida, enquanto a equipe norte-coreana não conseguia criar qualquer situação real de perigo à meta adversária.

Destaque para o gol inacreditável perdido por Moghanlou, sem goleiro, aos 37 minutos, após uma saída de bola errada da defesa coreana.

Na segunda etapa, o Irã aumentou a intensidade e passou a pressionar cada vez mais a defesa norte-coreana, que até então segurava o empate sem gols. Porém, com a expulsão de Kye Tam (6), que recebeu o segundo cartão amarelo aos 21 minutos, o caminho se abriu para a equipe da casa vencer com folga.

Aos 29 minutos, Mohebi abriu o placar e, três minutos depois, Taremi marcou o segundo.

Sin Yong Nam realizou as cinco substituições permitidas, mas sua equipe não conseguiu levar perigo ao ataque nem se reorganizar defensivamente, sobretudo após ficar com um jogador a menos.

Para fechar a conta, Hosseinzadeh marcou o terceiro gol, já nos acréscimos.

Com o resultado, a RPDC encerra a competição com apenas 3 pontos em 10 partidas – ou seja, 3 pontos em 30 possíveis (10%) – com 3 empates, 7 derrotas e, vergonhosamente, nenhuma vitória, terminando na última colocação do Grupo A. Foi a pior seleção entre as 18 que participaram da terceira fase das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2026. Sofreu 21 gols (média superior a dois por jogo) e marcou apenas 9 (média de 0,9 por partida).

Nos outros jogos do Grupo A, o Uzbequistão venceu o Catar por 3 a 0, enquanto Quirguistão e Emirados Árabes Unidos empataram por 1 a 1.

Jogaram: 1-Kang Ju Hyok, 2-Kim Jin Hyok ( 12-Choe Ryong Il 72", 3-Jang Kuk Chol (C), 16-Kim Yu Song, 19-Kim Song Hye, 15-Ra Myong Song, 6-Kye Tam, 20-Paek Chung Song (8-Sin Kwang Nam 72"), 10-Ri Il Sung (13-Choe Kuk 84"), 11-Pak Kwang Hun (7-Kim Kuk Jin 46") e 9-Ri Jo Guk (14-Ri Kwang Myong 90"+2").

quinta-feira, 5 de junho de 2025

RPDC 🇰🇵 2-2 🇰🇬 Quirguistão

Em partida válida apenas para cumprir tabela, a RPDC foi superior no primeiro tempo, mas acabou cedendo o empate ao Quirguistão por 2 a 2, nesta quinta-feira, em Riade, na Arábia Saudita, pela 9ª rodada da terceira fase das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2026. A seleção norte-coreana vencia até os acréscimos, quando um gol contra de Kim Song Hye (19) selou o empate e frustrou os esforços da equipe.

Com uma formação bastante alterada em relação à última partida — contra os Emirados Árabes Unidos, em março — a RPDC entrou em campo no esquema 4-4-2. A equipe contou com o retorno do zagueiro Jang Kuk Chol (3) e as entradas de Kim Jin Hyok (2) na lateral direita e Ri Jo Guk (9) no ataque.

A primeira etapa foi dominada pela RPDC, que se mostrou muito mais eficiente e incisiva. Mesmo sem grande criatividade, a equipe norte-coreana controlou as ações ofensivas e criou as melhores chances. Paek Chung Song (20) foi destaque logo aos 11 minutos com uma boa jogada individual, e Ri Jo Guk (9) também teve uma boa finalização de fora da área aos 16 minutos. A recompensa chegou aos 44 minutos, quando Pak Kwang Hun (11) abriu o placar de cabeça após escanteio cobrado por Kim Jin Hyok (2).

No entanto, o primeiro tempo teve uma baixa para a RPDC: Kang Kuk Chol (17) precisou ser substituído aos 26 minutos devido a uma lesão.

Na segunda etapa, a RPDC ampliou para 2 a 0 logo aos 7 minutos. Ri Jo Guk (9) recebeu passe de Kye Tam (6) dentro da área e, com calma, fez o segundo gol da partida. A essa altura, parecia que a RPDC controlaria a partida até o fim.

No entanto, aos 12 minutos, o Quirguistão reagiu. A equipe quirguiz diminuiu para 2 a 1 em uma jogada polêmica, com um possível toque de mão não marcado, e uma falha defensiva que permitiu o gol de Alykulov. A partir desse momento, o jogo mudou de cara. A seleção norte-coreana passou a se retrair, buscando defender o resultado, enquanto o Quirguistão se lançou ao ataque, pressionando pela igualdade.

Nos minutos finais, a pressão quirguiz foi intensa. A RPDC teve dificuldades em se reorganizar e se limitou a alguns contra-ataques. A defesa norte-coreana, que havia sido sólida até então, cedeu terreno e permitiu mais jogadas perigosas do adversário.

E o castigo veio nos acréscimos. Kim Song Hye (19), ao tentar afastar a bola, acabou desviando contra o próprio gol, marcando o 2 a 2 e frustrando a RPDC, que parecia ter os três pontos garantidos.

O próximo compromisso da RPDC será contra o Irã, em Teerã, na próxima terça-feira (10), pela 10ª e última rodada da terceira fase das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2026.

Nos outros jogos do Grupo A, Emirados Árabes Unidos e Uzbequistão empataram sem gols, enquanto o Catar venceu o Irã por 1 a 0.

Jogaram: 1-Kang Ju Hyok, 2-Kim Jin Hyok (12-Choe Ryong Il 71"), 3-Jang Kuk Chol (C), 16-Kim Yu Song, 19-Kim Song Hye, 15-Ra Myong Song, 17-Kang Kuk Chol (6-Kye Tam 26"), 20-Paek Chung Song, 10-Ri Il Song, 11-Pak Kwang Hun (5-Jong Kum Song 77") e 9-Ri Jo Guk.

domingo, 4 de maio de 2025

Sobre a falta de promoção e divulgação do campeonato norte-coreano de futebol

Como funciona o campeonato norte-coreano? Por onde posso vê-lo? Como você consegue informações sobre este campeonato? É amador ou profissional? É semelhante ao da ex-União Soviética? Qual é o time mais popular? Estrangeiros podem jogar lá?

Essas são algumas da várias perguntas que já recebi desde quando criei a página "Futebol na Coreia do Norte" há mais de uma década. Porém, não tenho como responder a todas com riqueza de detalhes e a "culpa" não é minha.

O campeonato norte-coreano - a divisão principal, a elite do futebol norte-coreano, melhor dizendo - passou por inúmeras mudanças ao longo de décadas, com modificações nas regras e implementação de diferentes sistemas (mata-mata, pontos corridos, mata-mata e pontos corridos, etc). Vale ressaltar que, sim, é profissinal. Não foi sempre assim e possivelmente tornou-se profissional entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990, quando a profissionalização esportiva ganhou força no país.

A seleção norte-coreana que participou na Copa do Mundo de 1966 era amadora, com os atletas tendo mais de um ofício além de jogar futebol pelo clube local (amador), assemelhando-se ao futebol soviético que baseava-se no amadorismo.

As informações que obtenho vêm de sites norte-coreanos como a Agência Central de Notícias da Coreia, Naenara, Rodong Sinmun, Pyongyang Times, Televisão Central da Coreia e Voz da Coreia. O volume e a frequência dessas informações variam com o tempo, refletindo o grau de interesse da mídia estatal em diferentes momentos.

Quanto à presença de estrangeiros na liga, a situação é incerta. Não há confirmação oficial sobre isso. O que posso afirmar com certeza é que jogadores nascidos na China ou no Japão, mas que possuem nacionalidade norte-coreana — por serem filhos ou filhas de norte-coreanos (incluindo aqui o futebol feminino) — podem, sim, jogar.

O time mais popular é o 25 de Abril, que também é o mais vitorioso da liga. No entanto, a questão central que proponho nesta publicação é: “Por onde posso assistir ao campeonato norte-coreano?”

Minha resposta, sincera e objetiva, é: a maneira mais garantida é viajar até a RPDC, comprar o ingresso e assistir in loco.

Até onde sei, não há transmissões de jogos nem mesmo dentro da RPDC. É possível que o canal esportivo, lançado há alguns anos, retransmita a partida gravada após algum tempo — talvez em alguns dias. No entanto, como esse canal não é acessível ao exterior e, segundo as informações que tenho, possui uma grade limitada, com poucas horas de programação no ar e cobertura de outros esportes além do futebol, é muito improvável que realize transmissões ao vivo — algo que já é raro na televisão norte-coreana como um todo.

Há quase uma década, a Televisão Central da Coreia passava alguns jogos do campeonato norte-coreano alguns dias após sua realização, porém, parou completamente de fazê-lo, passando apenas a informar sobre resultados praticamente na mesma medida que as mídias norte-coreanas que se tem acesso no exterior (ACNC, Naenara, Pyongyang Times, etc).

Mesmo quando as equipes norte-coreanas jogaram competições asiáticas, após obter licenciamento da AFC (coisa que já não tem mais, impossibilitando os clubes de participar), a cobertura se limitava a vídeos curtos com gols ou mesmo uma imagem estática com comentários do (a) repórter.

Revistas e jornais locais, como o "Cheyuk Sinmun", dão detalhes adicionais sobre a liga que acabam não sendo transmitidos pelos veículos de comunicação que se tem acesso no exterior.

Mas, por que é assim?

Venho refletindo há anos sobre isso e acredito que hoje tenho uma percepção um pouco mais próxima do que pode ser a resposta para essa questão.

Ao contrário das ligas de vários países do mundo - incluindo as de países socialistas como China e Vietnã - a liga norte-coreana não é concebida em "produto" em nenhum aspecto. 

Nesses países que citei, há difusão sobre a liga principal, torcedores apaixonados por suas equipes e muito comércio envolvido, como compra de camisas, visitas a museus, venda de direito de transmissão, etc. Por outro lado, na RPDC, a noção de "rivalidade" é praticamente inexistente. Embora o futebol seja dito como o esporte mais popular do país e as pessoas tenham suas equipes preferidas, não há um apego "excessivo" por uma equipe, o que é diferente da seleção nacional, que costuma atrair milhares de torcedores animados que tornam os jogos em Pyongyang um desafio para qualquer seleção visitante.

Talvez essa visão sobre "time" e "seleção" esteja relacionada à ideia de "unidade monolítica" da Coreia socialista — uma política estatal que busca unir toda a sociedade sob um mesmo ideal e pensamento, completamente oposta a qualquer tipo de faccionismo ou divisão interna. É possível, apenas possível, que a visão futebolística do exterior, sobretudo a ocidental, não seja compatível com a realidade norte-coreana. Ainda assim, quando se trata da seleção nacional, todos se unem para torcer, integrando aspectos sociais, políticos e esportivos em um único espaço: o estádio.

Sendo assim, talvez a percepção dos órgãos governamentais responsáveis seja a de que não é necessário fazer muito além do que já se faz em relação ao campeonato nacional.

Em algumas publicações de sites como Naenara e Pyongyang Times, é possível encontrar menções a "aficionados" por futebol, que fazem comentários sobre as equipes e até declaram preferência por um determinado time. Essas matérias costumam transmitir a ideia de que os norte-coreanos gostam bastante de futebol — alguns mais, outros um pouco menos — e que, quando podem, acompanham os jogos nos estádios, que geralmente ficam lotados nos fins de semana e feriados. Ainda assim, a impressão que se passa é que o futebol, mesmo com preferências por este ou aquele time, é visto principalmente como um momento de lazer, voltado à apreciação das técnicas e táticas das equipes nacionais.

Como mencionei anteriormente, a Televisão Central da Coreia não transmite mais os jogos do campeonato norte-coreano. No entanto, quando se trata de partidas da seleção nacional realizadas em Pyongyang, essas costumam ser exibidas.

Seria muito interessante se a liga norte-coreana — ao menos a primeira divisão ou, em todo caso, as partidas mais relevantes — fosse transmitida ao vivo de alguma forma, com acesso tanto para o público interno quanto externo à RPDC. No entanto, no cenário atual, é difícil imaginar uma mudança na forma como o país enxerga e administra sua liga nacional.

Quando falo isso, não me refiro a "capitalizar" a competição nacional — em nenhum dos sentidos que essa palavra pode assumir —, mas apenas a oferecer maior visibilidade. Os amantes do futebol, sobretudo os do exterior, que têm pouco acesso ao que acontece nos estádios norte-coreanos, poderiam conhecer melhor as equipes, seus estilos de jogo, táticas e outros aspectos. Seria um verdadeiro intercâmbio futebolístico, como já acontece no restante do mundo, onde é possível acompanhar diversas ligas de diferentes países — algumas com facilidade, por meio da televisão ou de canais no YouTube, outras por meio de sites de streaming.

Como a questão da transmissão ao vivo dentro da RPDC é algo raro, sendo apenas para eventos estatais importantes, é muito difícil imaginar uma transmissão ao vivo de jogos de futebol, muito menos que fosse acessível ao exterior. Pode-se também entrar em questões como a de que a transmissão necessita de satélite e, por questões político-militares, a RDPC pode ter restrições (a Televisão Central da Coreia tem o sinal retransmitido) e, se for por meio de internet, além da questão da cibersegurança ao conectar-se com o mundo, necessitaria de uma boa estrutura de rede e precisaria de um "veículo", como uma plataforma de streaming.

Ademais, dificilmente se faria toda uma reforma na infraestrutura de transmissão, tomariam-se contramedidas para eventuais problemas e ainda se realizaria uma transmissão ao vivo — gratuitamente. O governo norte-coreano, diante de diversas prioridades, dificilmente destinaria recursos apenas para satisfazer o interesse de entusiastas do futebol, que são, em sua maioria, estrangeiros, já que os cidadãos norte-coreanos ao menos têm a possibilidade de assistir aos jogos diretamente nos estádios.

Considerando que o YouTube adota uma política hostil à RPDC — já tendo derrubado diversos canais com conteúdo norte-coreano — e que outras plataformas seguem linha semelhante, qualquer iniciativa nesse sentido precisaria recorrer a meios mais “alternativos”.

Uma proposta de cooperação para viabilizar a transmissão da liga poderia partir do exterior, com financiamento voltado a sustentar esse projeto. No entanto, levando em conta as sanções econômicas impostas ao país, é difícil imaginar esse apoio vindo de países que não sejam China ou Rússia. Mas, nesse caso, estaríamos falando de uma aposta: haveria retorno financeiro suficiente para que o projeto se sustentasse a médio ou longo prazo? Essa é uma questão importante.

Sem dúvida, uma transmissão da liga norte-coreana chamaria a atenção não só de fãs do chamado “futebol alternativo”, mas também de muitos curiosos ao redor do mundo. No entanto, a grande questão é: seria possível manter esse interesse? Seria sustentável ao ponto de justificar todo o esforço envolvido?

Seria um sonho — também para mim — que, um dia, a liga norte-coreana, atualmente chamada de "Primeira Divisão de Futebol da República Popular Democrática da Coreia", pudesse ser transmitida por algum meio. Contudo, no cenário atual, isso ainda parece um objetivo distante.

Por ora, o que me resta é torcer para que, ao menos, a mídia norte-coreana passe a divulgar mais informações, e seguir acompanhando a seleção nacional nas competições internacionais, assim como os clubes norte-coreanos quando participam de torneios asiáticos — espero que, em algum momento, possam voltar a obter a licença para isso.

Espero que essa reflexão possa ajudá-los a compreender a complexibilidade da questão.

*Imagem criada com inteligência artificial com base em duas imagens reais relacionadas com a RPDC

quinta-feira, 17 de abril de 2025

RPDC 🇰🇵 0-3 🇺🇿 Uzbequistão

Em jogo marcado por falhas individuais e arbitragem tendenciosa, a RPDC foi superada com folga pelo Uzbequistão, caindo nas semifinais da Copa da Ásia sub-17.

O Thae Song mandou a campo praticamente a mesma equipe que goleou Singapura na segunda-feira (17) passada, promovendo apenas a entrada de Kang Myong Bom (2) no lugar de Ri Ro Gwon (8) no meio-campo. Porém, diferentemente da partida das quartas de final, a seleção Chollima não conseguiu ser dominante em nenhum momento da partida e sucumbiu com falhas individuais e psicológico fraco.

Após 15 minutos iniciais equilibrados, com ambas as equipes disputando a bola e fazendo marcação forte — além de criarem jogadas ofensivas, com destaque para a linda jogada individual de An Jin Sok (6) —, a seleção uzbeque passou a levar a melhor na partida, e, com uma falha grotesca de Ri Kang Song (20), aos 29 minutos, teve um pênalti a seu favor que, por irregularidade (dois toques na bola), acabou sendo anulado.

Apesar da sorte de não sofrer o gol no rebote da cobrança defendida por Jong Hyon Ju (1), a seleção norte-coreana estava tão desatenta que levou o primeiro gol poucos segundos depois, com Khasanov finalizando da entrada da área.

Incrivelmente, poucos segundos depois, o árbitro e o VAR ignoraram um pênalti claro para a RPDC, em que o defensor uzbeque usou a mão para bloquear a trajetória da bola. E, para piorar ainda mais o cenário, o árbitro praticamente selou o destino da partida ao aplicar o segundo cartão amarelo a Myong Bom (2) em um lance completamente normal

Com um homem a menos, a RPDC viu-se completamente dominada pelo Uzbequistão e, mesmo com a entrada de Ri Kang Rim (11), artilheiro da equipe na competição, ainda no primeiro tempo, não conseguiu levar perigo à meta adversária.

Após voltar sem mais alterações para a segunda etapa, a seleção norte-coreana até tentou lidar com a desvantagem, jogando com mais cautela, e chegou a levar algum perigo em cabeceio de Ri Kang Rim (11). No entanto, logo sucumbiu a erros individuais e coletivos, sofrendo o segundo gol aos 17 minutos e o terceiro aos 20.

Com o jogo praticamente perdido, O Thae Song promoveu algumas alterações para tentar minimizar o estrago. Porém, fora o gol perdido por Pak Kwang Song (9) dentro da pequena área, a RPDC não conseguiu oferecer perigo real ao goleiro uzbeque, apresentando uma péssima pontaria.

Com o apito final, foi adiado o sonho do tricampeonato, encerrando de forma melancólica uma participação até então positiva da seleção Chollima.

Agora, a seleção norte-coreana sub-17 volta seu foco aos preparativos para a disputa da Copa do Mundo da categoria, que será disputada de 3 a 27 de novembro, no Catar.

No outro jogo das semifinais, a Arábia Saudita venceu a República da Coreia nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal.

1-Jong Hyon Ju, 12-Oh Won Mu (16-Paek Jin Gwang 67"), 3-Choe Chung Hyok, 5-Choe Song Hun, 20-Ri Kang Song, 6-An Jin Sok, 2-Kang Myong Bom, 9-Pak Kwang Song, 17-Kim Tae Guk (22-Han Il Bok 80"), 10-Kim Yu Jin (C) e 7-Ri Kyong Bong (11-Ri Kang Rim 38")

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