sábado, 10 de junho de 2017
Entrevista com Ri Myong Guk
A visão do capitão.
Poucos conhecem os jogadores norte coreanos e suas opiniões, com exceção dos zainichis, sobretudo o famoso Jong Tae Se, que já entrevistei há uma tempo atrás, mas dessa vez é diferente, um contato com um jogador nascido na República Popular Democrática da Coreia é algo especial.
Não é nada fácil manter contato com eles não estando no país, mas não para quem tem muita vontade de conhecer e sabe os caminhos para tal.
Falo do goleiro Ri Myong Guk, figura conhecida na Copa do Mundo de 2010, que tomou nada menos que 12 gols em 3 jogos, e da lá pra cá, no mesmo clube de sempre, o tradicional Pyongyang City, se tornou um goleiro mais qualificado e um líder nato que guia a seleção chollima rumo à vitória no comando de Jørn Andersen.
Tive a oportunidade de conversar um pouco com um dos principais jogadores da seleção atual, e das perguntas que formulei, tive algumas respondidas, confira:
1- Como foi a sua experiência de jogar a Copa do Mundo de 2010? Como foi a difícil caminhada até a África do Sul
Ri: "Fizemos uma campanha memorável para obter a classificação, deixando Irã e Arábia Saudita de fora desta Copa do Mundo graças ao nosso futebol fantástico. Eu não tenho palavras para descrever a minha felicidade naquele momento"
2- Qual é seu maior ídolo no futebol nacional? e internacional?
Ri: "Eu não olho para as pessoa como ídolos, mas admiro alguns jogadores pelo desempenho em campo como Zidane, Ronaldinho e Figo, que são os meus preferidos, embora também admire muito Casillas que é um grande jogador de mesma posição que eu. Dos jogadores nacionais, admiro muito o Hong Yong Jo que é meu modelo de liderança, e o Jong Tae Se, que foi o melhor com quem já joguei."
3- Sobre a relação entre os clubes da RPDC, como é a rivalidade entre April 25 e Pyongyang City?
Ri: "Isso é mais entre os torcedores. Os fãs gostam de falar "somos a melhor equipe" e prococam de forma saudável o torcedor da outra equipe. Dentro de campo não existe muito isso como vejo em outro lugares. Muitos de nós nos conhecemos e jogamos com paixão ao esporte e ao clube, mas sempre respeitando o colega de profissão. O Pyongyang City é o clube com maior torcida no país e sua história é linda e sou feliz de ter feito minha história aqui, embora ache que preciso de uma nova experiência, mas tenho que reconhecer que o April 25 é mais forte."
4- Como é ser o capitão da seleção nacional?
Ri: "É uma sensação muito boa mas que exige responsabilidade. Cresci muito com o tempo de futebol e aprendi com outras lideranças, principalmente com o Hong Yong Jo, e hoje seu um jogador mais experiente e procuro passar meus conhecimentos aos companheiros de seleção e também de clube."
Ri não quis responder de forma direta a todas as perguntas mas mostrou uma visão interessante sobre o futebol. Na conversa com o goleiro, foi possível perceber seu conhecimento sobre o futebol internacional e sua admiração por alguns jogadores brasileiros do passado que são influência em todo o mundo até hoje.
Um fato curioso é sua luva (na imagem abaixo), que foi feita pela Nike para ele. A seleção norte coreana atualmente não possui fornecedor esportivo, porém o técnico Jørn Andersen possui ainda contrato com a empresa estadunidense e a relação com esta não parece ser ruim.
Tive acesso a mais algumas imagens, porém estou proibido de postar por orientações que enviaram-me.
Ri agora se prepara para a segunda fase preliminar da EAFF que começa no próximo dia 6 e terá a responsabilidade de comandar a seleção nacional da RPDC rumo à primeira colocação, que é obrigação pelo nível técnico, para classificar os chollimas para a fase final.
Link: https://www.facebook.com/futebolnaCoreiadoNorte/photos/a.744679968907559.1073741828.744247578950798/1233001480075403/?type=3&theater
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